nunca
nunca tive ninguém
nunca tive quem me abraça-se, quando mais precisei
nunca tive o calor quando mais necessitava
nunca ninguém me jogou a mão e resgatou
da minha dor, visível a olho nú
dos meus dilemas internos, que me torturam
nunca, nunca
tive alguém que se preocupou, se as minhas lágrimas caiam
se, e como me sentia
apesar disso se ter visto sempre no meu rosto
na minha alma
nunca tive a ternura de um amor carnal de entrega completa
sem limites...
sem julgamentos
sem dor, muita dor, sempre
nunca encontrei em ninguém
o olhar de que precisava
a palavra que me faltava
quem me entrega-se, a Luz na tormenta
que me acalma-se, nem que fosse apenas num instante,
que me disse-se
és o meu mundo
tu és eu
estou contigo
nunca, mesmo nunca
encontrei a companhia na minha solidão diária, na minha tortura, na minha atrocidade interior
quem, realmente, se importasse,
um segundo apenas
de saber,
o que sou ...
Analuz
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