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Pare o mundo que eu quero descer ...


Raul Seixas


tentando fazer poesia
do que me arranca a Alma,
ela mesma, mesmo que seja em pranto ...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO




Para os bons momentos, gratidão. Para os maus, esperança. Para cada dia, uma ilusão. E sempre, sempre, felicidade. É o que te desejo neste ano novo!

ANO NOVO




… e mais um ano se foi, tá indo, só falta um dia… para começar…  mais um … novo…
mais um ano da minha vida, mais um ano da minha caminhada, mais um ano que se me encara cheio de oportunidades, expectativas, miras, mas que, e também, mais um ano que se me depara cheio de indeterminações… ambiguidades, hesitações, interrogações, vacilações….
meu costume neste trânsito, pensar tantas vezes e quando estou sozinha … como se fosse a primeira vez…  com tanta paixão… e nas horas que passam por mim … sempre perto dos derradeiros dias , não antes, daquele  período que está a findar  … imaginar… iludir … que vou ser feliz no ano que está prestes a brotar,  sonhar com uma nova oportunidade de metamorfose, a transmutação daquilo que nunca até à data completei ou tive forças para obrar, mudanças de algo que, conjecturo, imagino , com  o trânsito de um ano para o outro vou alcançar….  e afianço  a mim mesma… vou neste ano que começa … reformar, vou fazer aquilo e o outro que até agora não fiz e sempre aprazei, vou preocupar-me mais comigo,  vou fazer tal e tal que não tive coragem ou disposição de fazer até agora, e vou… vou.. vou… mudar (…)
e  a noite vem e tocam as badaladas, dá a meia noite, e no segundo seguinte começa um novo ano,  na minha vida, grito, bebo, brindo,  canto, danço até à exaustão, e todos os mais “os” que possam existir,  e…. no dia seguinte, quando amanhece, o mais provável é nem sequer chegar a ver o amanhecer do dia em que tudo deveria começar a mudar… estarei, provavelmente, atordoada  num sono profundo, reabilitador, da noite que passou e que começou à poucos momentos pois tentei utilizar a noite até ao limite das minhas forças… no sonho que vivo…
e quando acordo… no novo ano,  tudo está igual, as pessoas que me rodeiam  estão iguais, reagem iguais, a casa está igual, as sombras continuam a lá estar, a carregar… carregar… não desapareceram com a entrada do novo ano, as feridas continuam doendo…nada mudou… a esperança sentida dias atrás vai-se desvanecendo… segundo a segundo… a alma continua vazia e os olhos, meus olhos, continuam cheios  de desprazer… vou fazendo tudo aquilo que não queria, não quero , e pouco a pouco vou -me rendendo,  afinal nada mudou….  apenas ficou a minha palavra … de mudança … mentindo a mim mesma, logo quando eu mais precisava mudar… mudar por dentro, logo nesse momento , nesse instante de princípio do ano…  já não vivo … por mim … e a falta de amor… pela minha pessoa,  que  desprezou  todas as promessas feitas num final de ano cheio de esperanças, momentos atrás, pinta o meu coração de dor, numa dor  que mata por dentro, marca de sofrimento… com um nó no coração
….e assim é o meu viver .. todos os fins de ano e começos do novo …não sei porquê mas comigo é sempre assim…

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Tortura

Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

                            Florbela Espanca

sábado, 6 de novembro de 2010

bruscas mudanças



mudanças… bruscas mudanças… que trocaram tudo de lugar, abalaram tudo, arrancaram pilares, raízes, baralharam, marcaram, doeram … dói, ainda dói, muito, deveras muito, debilitaram dentro, fizeram procurar incansavelmente uma causa, um motivo válido

e chego à conclusão, derradeira conclusão … tinha de ser, no fundo tinha de ser, e custa admitir, apesar de chorar e sofrer, prenúncio no meu peito, tinha de ser, apesar de custar dizer, apesar de estar longe de pensar, tinha mesmo de perder, esteve sempre escrito, sei disso, tinha de ser, assim, mudar tudo para me fazer ver, baralhar tudo, e assim crescer, crescer, e deparar-me com a minha negridão, enfrentá-la de frente, sei agora que era impossível fugir, que aconteceu  apenas para me confrontar com tudo que nego, que não admito, mas que é verdadeiro em mim, 

e mais uma vez não segui, fiquei, mantive as velhas raízes sem sequer sacudi-las da terra suja que nelas estão, obstinadas, não tive coragem, força, energia … mais uma vez, para admitir, a mim mesma, que tinha de ser, para que tudo aquilo que uma vez, em algum outro lugar que não aqui, assim decidi, que tinha assim de ser porque assim defini que tinha de ser, e vou iludindo o meu desgosto, condenando-me, por não ter tido mais uma vez bravura, audácia, de seguir aquilo que tenho de ser, para ser o que um dia, não aqui, decidi!

sem mim



sentindo … um emaranhado de emoções, sensações, comoções e sentimentos, elevam-me ao máximo, fazendo-me rastejar num lugar escuro, sombrio, toldado, dentro, sempre dentro, ansiando, sempre, sempre, em vão, agora sei, por um mundo onde possa ser em liberdade tudo aquilo que sou, realmente sou

pergunto-me, pergunto-me constantemente, sem fim, porque sou este enredo intimo de contradições, de dores, de esperanças, de lutas, de fugazes momentos de ténue alegria, de mágoas, tristezas, angústias, de desejos insatisfeitos, de felicidade momentânea fugidia, de desilusão, decepção, e mais, muito mais…e sentir-me mendiga de mim mesma

sinto a vida fugir, dia a dia, segundo a segundo, velozmente a um ritmo alucinante, perturbante  e não consigo acertar o compasso, não consigo mesmo, parar o meu pensamento, traindo momento a momento,  traindo-me, só a mim, e creio, essa é a minha dor, dor de alma que brama dentro, aniquilando, rasgando, rugindo, pesar infindo retalhando, despedaçando, esquartejando o meu verdadeiro ser…

faço, sei que faço, tudo isto para não causar, doer, desiludir, matar, ver, a sombra nos seus olhares, de todos aqueles que amo, que são parte de mim, e para isso abdico de mim mesma, e sigo rastejando, sempre, esquecendo-me de viver tudo aquilo que sou, e sei que vou perdendo, a cada momento, a cada inspiração, e que vou morrendo em vida, assim, sem mim…

segunda-feira, 14 de junho de 2010

DESILUSÃO



desiludida

encontro-me e debato-me constantemente com a desilusão
actos, acções, palavras, sentimentos, emoções, de outros
e também meus, são,

como se este mundo não fosse reconhecido
e tudo que me desilude me quebra a alma
e sinto vontade de fugir, esconder-me, em vão

vezes sem forças sigo, como que obrigada
não entendo minha atitude, não sou eu, nada
avanço retrocendo, sempre, sem chão

e sinto saudade de um mundo
não este,
um onde sou eu, livre, na razão e pensamento
onde a alma não sente desilusão

Por: Analuz

sexta-feira, 11 de junho de 2010

MEU DEUS





Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
meu PECADO DE PENSAR.

Clarice Lispector

domingo, 6 de junho de 2010

não sou eu!!



não sou eu!!

tudo aquilo que sou, que realmente sou, está preso dentro de mim
e dói... dói muito, muito, porque aquilo que sou não vive, não se expressa,
não é ...

o que me prende, me ata, também sou eu, mas em outra forma humana,
o amor que sinto por esse outro eu é incondicional, por ele morro,
por ele deixo de ser eu, quem realmente sou,

eu, minha vida, minha razão de vida, meu sangue, meu osso, por ti
sou, não aquilo que realmente sou mas aquilo que preciso ser, para te ver bem,
para te ver sorrir, para te sentir...seguro

e abdico de mim, porque tu és eu e eu sou tu,
porque te amo mais que eu, o que realmente sou...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Florbela Espanca


Exaltação




Viver!... Beber o vento e o sol!... Erguer

Ao Céu os corações a palpitar!

Deus fez os nossos braços pra prender,

E a boca fez-se sangue pra beijar!



A chama, sempre rubra, ao alto, a arder!...

Asas sempre perdidas a pairar,

Mais alto para as estrelas desprender!...

A glória!... A fama!... O orgulho de criar!...



Da vida tenho o mel e tenho os travos

No lago dos meus olhos de violetas,

Nos meus beijos extáticos, pagãos!...



Trago na boca o coração dos cravos!

Boémios, vagabundos, e poetas:

--- Como eu sou vossa Irmã, ó meus Irmãos!...



Florbela Espanca

domingo, 16 de maio de 2010

Desilusão




"Num amor de verdade não cabe sofrimento. Se seu amor lhe causa dor, não se iluda, não é amor!"

quinta-feira, 6 de maio de 2010

MULHER



mulher és

vida pura manifestada, tu semeias a existência,
sem ti o mundo  não é, o mundo jamais seria,
seria, apenas, um mundo pardo, sombrio, sem luz,
sem encantos, beleza, prazer, noite ou dia, 

mulher és

perdição de muitos caminhos, sem fim,
por ti lutam, mentem, matariam,
enebriados pela leveza, candura, reluz,
fascinio, feitiço, terno olhar, pura magia

terça-feira, 4 de maio de 2010

Divagação





Sou Alma e vida sem fim...Luz água e vento...fogo dentro em mim... paz a todo o momento 

ANALUZ

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Direitos



ninguém tem direito,

maltratar, no gesto, trazer tormento
roubar liberdade de alguém, igual à que grita dentro,
criticar, em seu proveito, cego de si

ninguém tem direito

violar o sentimento, rasgar a alma
apedrejar coração de alguém, para no seu sentir calma
matar, num segundo, crucificando dentro

 ninguém tem direito

tirar vida, de alguém, num fugaz, eterno? momento
sentindo-se rei, vil, sem rancor, leve
não sabendo, um dia, o que lhe traz o vento,

terça-feira, 27 de abril de 2010

ESVOAÇANDO



Há dias que bate uma tristeza na alma,



tudo vem, tudo se recorda, tudo estremece dentro,


penso e penso, que sou, que tenho feito, que perdi ou tou perdendo, que sinto dentro de mim,


que grito calando!! não me ouço, como posso? não me ouço e raramente me ouvi, o que me grita a alma, o que me pede, o que me suplica, o que me diz, e,


e eu, que faço, que fiz, busco e busco e não encontro, procuro o quê?, a mim mesma, aos outros, a quem?


suplico no meu interior o sentido da vida, minha? dos outros, de alguém! arrasto-me rastejando sem forças, sem limites, sem sentido, sem ninguém! comigo? Sem mim!! porquê??


sonho voando, leve, sem fronteiras, alcançando e alcançando, acordo e caio, caio sempre, mais uma vez, assim, repetidamente, sem fim, perdida me sinto, sempre, sempre,


vezes quase alcanço, mas foge, deixo fugir, escapa-me, liberto? aprisiono sim, aprisiono-me à vida e a vida a mim!!


olho à volta, olho e que vejo, tempo perdido, tempo no fim, pouco tempo, e torno a gritar, e, e mais uma vez calo, calo dentro!


o grito rasga, quebrando, e sinto-me, sinto-me bulir, não adianto, não caminho, por mim, apenas por mim,


e sigo, mais um passo, mais um dia, e outro, e outro e segue assim, e não me ouço, não a mim!! há dias que bate uma tristeza na alma!!

PARA TI

PARA A MULHER QUE ME DEU A HONRA DE SER SUA FILHA NESTA VIDA




... sinto, lágrimas rolando, quentes, humidas, a cair,



transportando pensamentos que querem fugir da mente que recorda, transborda de saudades de ti, tu,



luz frágil, temerosa, triste sem fim, pesarosa, mártir da vida que te abandonou e te fez desistir, desistir sem força mais para lutar, para sorrir, para cantar e seguir nesse caminho da vida,



sorrias, apenas, não rias, não havia alegria em ti, sentia-te criança, procurando refugio, carinho, amor, que nunca te deram, fingiram, negaram deliberadamente, e te minaram a alma, que por si só desistiu, e não te avisou, apanhou-te de surpresa, a todos, a mim,



e cada dia te via partir, mais e mais, a tua luz apagando-se, aos poucos, fazendo-me sentir a dor da minha impotência, e chorava baixinho para não ouvires,



por ti, sofria, sofro, não sei de ti, para onde fostes quando a luz se apagou e os anjos te elevaram, e morri,



contigo, parte de mim, e sonho desde então voar, voar alto para te encontrar e te apertar e dizer tudo aquilo que não te disse, tudo aquilo que queria ouvir, e sentir,tudo aquilo que só, apenas, contigo sentia,



sem ti, continuo, assim, perdida na vida, buscando desesperadamente a chave para abrir a porta que se fechou, nos separou, e procurando um sinal de ti, qualquer sinal que me diga que não te perdi para sempre ... e, e na busca, vou sentindo lágrimas rolando, quentes, humidas a cair ....

domingo, 25 de abril de 2010

ÉS



és um pouco daquilo que queria, mais daquilo que não quero, mas sigo aqui, dia após dia, contigo? apenas, sempre, sempre, sem ti!,

porque não encontro aquilo que quero, fujo, a cada dia, cada momento, em cada acto e pensamento,

na luta interior que travo, nasce dor e tormento, por vezes amor sem fim, mas foge como o fumo ao vento, e mais uma vez enfrento, tudo aquilo que nunca quiz!

e vejo o tempo correr, e choro,  mais uma vez,  por não ter coragem de seguir, seguir a verdade que grita, soa alto, e que calo, não quero, não ouso ouvir,

mas e neste tormento, dou-te asas para sonhar, e sonhas alto, feliz, mas continuas a não pensar, sequer querer saber, se sofro, ou estou morrendo, por não seres aquilo que sempre quiz

sexta-feira, 23 de abril de 2010

VIDA

Vida, quem  és tu,

porque me fostes buscar, me trouxestes até ti, sem eu mesma ter pedido, a existência, não recordo de o fazer,
porque entras em mim e fazes-me seguir-te, sem escolha de qualquer outro caminho? sem prever,

pulsas em mim e sinto-te dentro, não sei quem és, nem como és, não te revelas, só sei que a ti pertenço, vida, até ao meu fim, até ao último momento!

não sei, por vezes, se eu sou tua, ou tu és minha, vida, se sou tua escrava, ou rainha,  não sei, busco continuamente um significado, um sentido, sem parar, desde que até a ti vim,

e que encontro? não encontro, nada, não te encontro, sinto-te apenas, dentro, no ar que respiro, nas minhas veias, sem descanso, dia após dia, vida, a latejar, em mim,

e porquê vida, repleta de segredos, como por magia, assim és, e um dia, perplexidade, e outro, um vazio,sem desfecho,

e fico, assim, vida, à espera do desenlace para ficar sabendo quem és, vida, se eu sou tua, ou tu és minha...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

EU SOU



Eu sou
sinto que sou, alma,

sinto dentro, em mim, um latejar, que me eleva, alto, tão alto, me resgata de tudo, e me provoca um júbilo e alegria sem fim,

mas caio,

depressa caio, sempre caio e deixo, quase,
de sentir quem sou,

e volto, mais uma vez a borbulhar em emoções, dispares, vão e vêem, constantemente como ondas num mar, por vezes agitado, desinquieto, exaltado,que me querem fazer negar aquilo que sinto que sou,

sou mais do que aquilo que penso, que vejo, que ouço, que me fazem ser, querer, mas foge, sempre foge,

e na busca sigo envolta em emoções, geradas por vãos pensamentos que desorientam,  me afastam de mim, que batucam, perseguem, ordenando-me que negue, 

e, sempre sem descanso, caio, levanto, e encontro forças mais uma vez, para seguir neste caminho em busca da certeza , sempre, daquilo que realmente sou,alma

Aquilo a que a lagarta chama fim do mundo, o homem chama borboleta.
(Richard Bach)







Somos prisioneiros da vida e temos que suportá-la até que o último viaduto nos invada pela boca adentro e viaje eternamente em nossos corpos

Raul Seixas

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